quinta-feira, 17 de julho de 2014

Destino do Lixo

Todo resíduo sólido, tem que ter um destino final adequado, para que não ocorra agressão ao meio ambiente mas na prática nem sempre é assim, no nosso país a metade dos municípios brasileiros não dão destino adequado aos resíduos sólidos urbanos. A Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), constitui-se em instrumento essencial na busca de soluções para um dos mais graves problemas ambientais do Brasil, o mal destino dado aos resíduos sólidos, impondo a necessidade premente de substituir os lixões a céu aberto por aterros sanitários como medida de proteção ambiental.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2008, somente 27.7% das cidades brasileiras possuíam aterros sanitários, 22.5% possuíam aterros controlados e 50,8% das cidades despejavam o lixo produzido em lixões. Somente no Brasil são produzidas cerca de 240 mil toneladas de lixo todos os dias, sendo que apenas 2% de tudo isso segue para reciclagem. O resultado é uma enorme quantidade de resíduos que precisa de uma nova destinação após sua vida útil.

Agora pergunto a você, para aonde vai o seu lixo depois que você o joga na lixeira? ...

Entre os diversos meios de descarte dos resíduos sólidos, se destacam três no país: os lixões, os aterros controlados e os aterros sanitários. Infelizmente no meu município (Aratuba – Ceará; localizado na Serra de Baturité) o destino de todo resíduo sólido gerado das residências urbanas, tem o destino final o lixão, e das casas das redondezas ou zonas rurais são jogadas no meio ambiente ou acumulado próximo as residências, cujo nome mais popular chamado de monturo, gerando a proliferação de vetores de doenças próximo de suas casas.
A diferença entre cada um deles você confere logo abaixo:

Lixões


Lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Institucionalizados ou clandestinos, esses locais recebem volumes diários de lixo que são amontoados um por cima do outro. População civil e, em alguns casos, a própria prefeitura, são responsáveis por jogar o lixo coletado no local.
Foto tirada por Gilmar Andrade no dia 15 de julho de 2014 as 12:02 min.
Lixão localizado no Sitio Fernandes Município de Aratuba - Ceará. 
Diversos problemas tornam o lixão a solução menos indicada quando o assunto é o descarte do lixo. Por não ter nenhum tipo de proteção, esses locais se tornam vulneráveis à poluição causada pela decomposição do lixo, tanto no solo, quanto nos lençóis freáticos e no ar.
Isso ocorre porque a maior parte do material despejado entra em processo de decomposição, produzindo o chorume e o gás metano. O chorume escorre com o auxílio da chuva e penetra na terra, chegando aos lençóis freáticos localizados abaixo do lixão e contaminando a água.

Já o biogás resultante da decomposição do lixo e formado por gases como metano, gás carbônico (CO2) e vapor d’água, é liberado diretamente para a atmosfera – sem antes passar por nenhum tipo de tratamento.

Além dos impactos ambientais, o acumulo de lixo atrai animais transmissores de doenças, como moscas e ratos. O local ainda é tido como fonte de renda para a população carente, que recolhe o material reciclável e, em alguns casos, chega a se alimentar dos restos encontrados no lixo.
Foto tirada por Gilmar Andrade no dia 15 de julho de 2014 as 11:56 min.
Lixão localizado no Sitio Fernandes Município de Aratuba - Ceará.
Estes catadores estão correndo muito risco, na coleta destes materiais por conta da presença de resíduos classe I : que são tidos como perigosos, São aqueles que, em função de suas características intrínsecas de infalibilidade, corrosividade, reatividade, toxidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde ou ao meio ambiente, exemplo: lixo hospitalar.



Lixo hospitalar encontrado no lixão do município de Aratuba - Ceará; fotos tiradas por Gilmar Andrade.

Aterro controlado

Com o objetivo de amenizar os depósitos a céu aberto, foram criados os aterros controlados, uma categoria intermediária entre o lixão e o aterro sanitário. Normalmente, ele é uma célula próxima ao lixão, que foi remediada, ou seja, que recebeu cobertura de grama e argila.

De acordo com a Recicloteca, a nomenclatura mais adequada seria o lixão controlado. Nesta situação, há uma contenção do lixo que, depois de lançado no depósito, é coberto por uma camada de terra. Este sistema minimiza o mau cheiro e o impacto visual, além de evitar a proliferação de insetos e animais. Porém, não há impermeabilização de base (o que evitaria que o material contamine o solo e o lençol d’água), nem sistema de tratamento do chorume ou do biogás.


Aterro sanitário

O aterro sanitário é a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos. O diferencial dele é a responsabilidade com que se trata o lixo a ser armazenado no local. Tudo é pensado, preparado e operado de maneira racional para evitar danos à saúde pública e ao meio ambiente – desde a escolha da área até a preparação do terreno, operação, determinação de vida útil e recuperação da área após o seu encerramento. Trata-se de um projeto arrojado de engenharia.
Antes de iniciar a disposição do lixo, o terreno é preparado com a impermeabilização do solo e o selamento da base com argila e mantas de PVC. Com esse processo, o lençol freático e o solo não são contaminados pelo chorume.


Há, também, um sistema de captação desse líquido para posterior tratamento, ele é coletado por meio de drenos, encaminhado para o poço de acumulação, de onde, nos seis primeiros meses de operação, é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Após esses seis meses, quando a vazão e os parâmetros já são adequados para tratamento, o chorume acumulado é encaminhado para a estação de tratamento de efluentes.
O aterro sanitário também prevê a cobertura diária do lixo, evitando a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.Nesse sistema de disposição dos resíduos sólidos, não há catadores em atividade no terreno e a quantidade de resíduos que entra é controlada. 

Os aterros sanitários também contam com um sistema de captação e armazenamento ou queima do gás metano, resultante da decomposição da matéria orgânica.

Ao final da vida útil do aterro sanitário, a empresa que o opera é responsável por efetuar um plano de recuperação do terreno.


Fontes: Recicloteca e lixo.com.br
Referências:
Sites: